terça-feira, 30 de outubro de 2012

Mal que a droga faz a família


   Bom dia queridos leitores e amigos,

 Hoje vou falar do mal que a droga faz para a pessoa que usa e para sua família.
Sou filha de ex dependente químico , convivi com esse problema dentro de casa por 25 anos. Meu pai foi dependente de cocaína e a cada dia que passava foi adoecendo mais. Ele começou as drogas para tirar a timidez e em pouco tempo estava totalmente dependente da substância. Ele sofreu muito e junto com ele toda nossa família.. O dependente químico usa a droga, se anestesia, e não tem consciência do mal que está fazendo a ele mesmo e aos que estão ao seu redor, causando desequilíbrio, instabilidade e destruição. 

    É muito doloroso  você ver seu pai ou qualquer pessoa que você ama morrendo aos poucos, perdendo o controle, limites, razão e princípios. 
O dependente perde a noção do que é certo ou errado e vive um mundo de fantasia onde só ele vê   a vida daquela forma e torna-se  extremamente difícil conviver  com essa pessoa adoecida.
    Eu sofri muito  tentando  ajudar meu pai , queria curá- lo   mas ele não conseguia ter consciência do problema tornando-se impossível qualquer tipo de ajuda, como acontece na maioria dos casos. Desta forma os familiares sentem-se de mãos atadas diante de um quadro muito complicado. 

    Porém um  dia resolvi cuidar da minha vida pois constatei que como familiar de um dependente estava doente também. Procurei um médico psiquiatra na época pois  a família adoece junto com o dependente e precisa de ajuda tanto quanto o dependente químico. Na época meu psiquiatra receitou remédios, tratamento psicanalítico  e um grupo de apoio para a  família de usuários de drogas, chamado   Naranon.

     Foi assim que comecei  um tratamento sério com psicanalista Dr José Alberto Zusman, numa jornada pessoal  e fui me libertando de uma história que não era  minha e sim de meu pai.
 Matriculei-me  na faculdade de jornalismo, freqüentei o Naranon, me dediquei a educação de meu filho, fui morar sozinha, entrei em uma academia e com a ajuda de meu médico , amigos e família pude recomeçar minha vida. 
  Hoje estou vivendo uma vida tranqüila onde tenho paz. Estou terminando a faculdade, criei esse blog sobre comportamento onde escrevo o que sinto e assim também posso ajudar as pessoas que passaram pelo mesmo problema que eu e estou terminando minha biografia.
Meu filho esta com 16 anos é um menino alegre, ótimo aluno e saudável consegui educá- lo  longe dos problemas que vivi e dar a ele uma vida mais equilibrada do que a que tive . Lutei muito para chegar onde estou e vou lutar cada dia mais, pois quero melhorar sempre. A vida é uma eterna luta para chegarmos onde queremos.
Isso é um pouquinho da minha história. Talvez você identifique-se, ou mesmo conheça alguém próximo que passa por situação semelhante.
Primeiro passo é saber porquê a família precisa de ajuda e tratamento, visto que não é ela que utiliza a droga.
Então vamos lá.

Por que a família precisa de ajuda?

O familiar do dependente químico adquire uma síndrome chamada codependência.
·       Codependência é um transtorno emocional definido e conceituado por volta das décadas de 70 e 80, relacionada aos familiares dos dependentes químicos, e outros problemas sérios da personalidade.
·       Os    codependentes vivem tentando ajudar a outra pessoa, esquecendo, na maior parte do tempo, de cuidar de sua própria vida, auto-anulando sua própria pessoa em função do outro e dos comportamentos insanos do dependente químico.

·       A Codependência se manifesta de duas maneiras: como um intrometimento em todas as coisas da pessoa problema, incluindo horário de tomar banho, alimentação, vestuário, enfim, tudo o que diz respeito à vida do outro. Em segundo, tomando para si as responsabilidades do outra pessoa. Evidentemente, ambas atitudes propiciam um comportamento mais irresponsável ainda por parte da pessoa problemática.

·        codependência possui  um conjunto de padrões de conduta e pensamentos (patológicos) que, além  compulsivos, produzem sofrimento. O codependente almeja ser, realmente, o salvadorprotetor ou consertador da outra pessoa, mesmo que para isso ele esteja comprovadamente prejudicando e agravando o problema do outro.

Vemos que o  problema do codependente é muito mais dele próprio do que da pessoa problemática e, normalmente, a nobre função do codependente depende da capacidade de ajudar ou salvar a outra pessoa, que sempre é transformada em vítima e não responsável pelos próprios problemas.
Queridos leitores, vemos então que, se quem ajuda se esquece de si mesmo, se entrega à vida da outra pessoa problemática, então estamos diante de uma patologia chamada  Codependência.
Se você se enxergou neste cenário ou conhece alguém vivendo neste contexto não hesite em procurar ajuda, pois  a codependência é uma resposta patológica do familiar do dependente químico resultando na falta de paz, comportamentos problemáticos levando à perda de felicidade e equilíbrio.
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 Não existe nada mais importante na vida do que nossa própria vida e saúde ! 
Em breve poderei ajuda los mais com meu livro e outros projetos que tenho em mente .
A saúde mental e física é o que mais temos de precioso.
 Dê valor a sua vida e cuide bem dela!  
Um beijo com carinho , 
Isa

domingo, 28 de outubro de 2012

Ficção e vida real


 Bom dia meus queridos leitores,
Amo novelas. Chego a gravar capítulos quando não posso assistir na hora, para ver no dia seguinte com meu filho. Isso aconteceu com a “Avenida Brasil”, que deixou saudades. Foi uma febre no Brasil e agora vai se espalhar para o mundo afora. Tocou os corações de milhões de pessoas, inclusive o meu. Já estou com saudades.
Eu ficava esperando pela hora do capítulo de cada dia. Os personagens eram carismáticos, simples, alegres, apaixonados, vivos, com sangue correndo pelas veias, e sempre rodeados da família e amigos.
O fato de ser focada no subúrbio motivou um aconchego nas pessoas. No subúrbio, como em cidades de interior, a vida é mais simples, todos se conhecem uns aos outros. Você pode estar triste um dia, solitário, mas é só sair de casa e ir para um bar, para a praça, a sorveteria, a casa do vizinho, que logo é acolhido e se sente melhor. As pessoas visitam mais os amigos, tomam cafezinho com bolo na casa um
do outro. As famílias se reúnem mais.
Morei muito tempo em cidade pequena, com minha família. A vida era gostosa e aconchegante. Não esta vida corrida que temos na cidade grande, onde mal sobra tempo de sentar para almoçar com os familiares. Acabamos vivendo mais conectados na internet do que pessoalmente com nossos amigos. Essa correria me deixa triste, porque para mim a família e os amigos são prioridades, mas infelizmente não tem jeito: temos que correr atrás e dançar conforme a música.  Se pudesse, voltaria a morar no interior. Só não volto porque tenho um filho de 16 anos e, para ele, nesse momento, não seria bom.
O elenco da "mansão" do Tufão me cativou pela simplicidade e pelo valor que davam à família. A mesa cheia de familiares no café da manhã, no almoço e no jantar. Eu me via ali, queria fazer parte daquela família unida. Tive uma família assim por pouco tempo, no início da minha infância, e me lembro que foram os melhores anos de minha vida. Agora, quero isso de novo.
Uma casa cheia e todos se ajudando. Muita gente, além de mim, busca exatamente isso. Nunca vi tanta gente no mesmo dia postando, no Fb e no Twitter, comentários emocionados sobre a novela, em seus últimos capítulos.

Todos ligados ao mesmo tempo para acompanhar o drama da família e torcer pelo Tufão.
O personagem do ex-jogador de futebol, interpretado genialmente por Murilo Benício, conquistou nossos corações com seu jeito inocente de ser. Ingênuo, carinhoso, bom pai e marido. Um homem famoso e rico que tinha os valores corretos, hoje raros em uma pessoa só, principalmente na posição dele. O seu amor incondicional pelos filhos me deixava sempre emocionada. Queria que o carinho e as palavras dele para o filho fossem para mim, como se viessem de meu pai. O autor da novela construiu um personagem baseado em nossas carências. Todos nós queríamos uma pessoa assim a seu lado, como pai, filho, amigo ou marido. Ele mostrava segurança, confiança, amizade, caráter, inocência e o mais belos dos sentimentos: amor. O mundo está carente desses valores e sentimentos.
As novelas de TV sempre fizeram parte de minha vida. Fui criada em companhia dessas histórias em capítulos e dos livros que eu lia. Eram para mim uma referência afetiva das mais importantes. Uma tábua de salvação. Ou me ligava emocionalmente àquelas histórias e tentava pegar o que houvesse de melhor naqueles exemplos, ou não teria referência alguma. Acho que por isso sou tão romântica e sonhadora. Eu me apego até às músicas das novelas. Muitos sentem a mesma coisa mas poucos
assumem como eu. Vivo até hoje como uma eterna sonhadora.
O que todo ser humano quer e precisa, acima de tudo, é amar e ser amado. Na fantasia de uma novela, de algum modo nos sentimos parte do amor que ali acontece todas as noites, invadindo nossas almas.
Aproveite o clima que Av. Brasil deixou e convide alguém de sua família para um dia típico de subúrbio ou de interior . Exponha seus sentimentos, assuma esse amor que está dentro de todos nós. A felicidade está nas coisas mais simples da vida, como sempre digo aqui neste blog. Está iludido quem acha que precisa de muita coisa para ser feliz. A felicidade está ao seu lado. É só você encarar a sua vida com outro olhar.
Beijos com carinho, Isa.