segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Somos todos iguais !


Boa noite querido leitores,
Hoje vamos falar de uma questão importantíssima e que me revolta demais: doenças psiquiátricas e dependência química.

Por que algumas pessoas acham que o doente com depressão escolheu estar assim? Desequilíbrios psiquiátricos são doenças, está mais que comprovado! Devem ser tratados como doença e não como se o doente fosse algum estranho no mundo.

Por que os pais não encaram como doença quando seu filho é dependente químico ou tem depressão, por exemplo?  Se ele tem febre, infecção ou catapora, por exemplo (para não falar de coisas piores), os pais não têm dúvida de que se trata de uma doença, mas se ela se manifesta no comportamento, e não em um sintoma visível no corpo, preferem esconder isso. Quando não conseguem mais esconder de si mesmos, escondem da sociedade. Isolam o filho em clínicas, com medo do julgamento dos outros. Não cuidam dele abertamente, porque preferem fingir que nada está acontecendo.
Os pais que agem assim estão matando aos poucos o seu filho, que por infelicidade tem esse tipo de doença. Como ter vontade de viver se os próprios pais e a família não acreditam nele e o esconde?
Está mais do que na hora de encarar esses problemas de frente. Uma pessoa que tem anorexia, por exemplo, é tratada como fútil e fresca! É uma doença grave, gente. Essa pessoa não está bem, não está feliz, precisa muito de ajuda e não de ser escondida.
Não falar desses problemas abertamente é uma hipocrisia que precisa acabar! Só piora a situação do doente, que passa a sentir-se um E.T. no mundo.

Pessoas "normais" são melhores que os doentes?  Não são. Uma pessoa que tem bipolaridade, por exemplo, pode ter uma vida normal se for medicada corretamente, assim como um paciente com câncer. Aliás, muitos grandes gênios e notáveis figuras no mundo têm ou tiveram doenças psíquicas.

Vamos quebrar esse tabu! Chega de preconceito com os problemas psíquicos.

Este texto é também para a minha família. Se os pais de meu pai tivessem encarado de frente o problema do filho, ele não teria passado por metade do inferno que teve que passar, e que tivemos de passar com ele. Sempre foi tudo escondido e nunca falado, só porque era tido como tabu. 
Sim, ele tinha algo estranho em seu comportamento, mas tinha muito mais habilidade para negócios do que muitas pessoas “normais” que trabalhavam com ele. Por que não davam crédito a ele? Por ser doente? E dai ? Temos que separar as coisas: ele pode ser doente e dependente químico, mas ser um ótimo profissional.

Não piorem a situação de seus filhos ou familiares, escondendo-os e mentindo. Assumam que esses problemas existem e tenham coragem de encará-los de frente, para o bem-estar de todos. Procurem grupos de apoio como Nar-Anon.
O Brasil está atrasado nessas questões, existe muito pouco espaço para o tratamento sério de doenças psíquicas aqui. Está na hora de mudarmos isso e de ajudar os doentes a terem uma vida mais digna.
Meu pai sofreu esse preconceito. Eu e meus irmãos também. Sofri isso na pele. Quando tive depressão, meu problema era visto como frescura. Pelo amor de Deus, gente!
Hoje quero passar minha experiência para vocês, leitores desse blog, e para o Brasil todo. Quero ajudar a abrir os olhos de muitos que estão voltados para o próprio umbigo. Vou dar palestras, lançar meu livro, continuar escrevendo outros livros e contribuir de todas as formas que eu puder.
Quem for dependente químico, procure ajuda especializada. E as famílias, percebam que são codependentes, e procurem ajuda também.
 A autora Gloria Perez mostrou um pouco do que estou falando em suas novelas " O clone" onde ela fala da dependência química  e em "Caminho das Índias" onde ela nos mostra a doença esquizofrenia . Ela, em ambas novelas, deixa claro que essas doenças tem como serem controladas e que o doente pode sim ter uma vida "normal " basta querer e se tratar.  Então nunca desistam de viver ! 
Beijos, Isa.