Boa noite querido leitores,
Hoje vamos falar de uma questão importantíssima e que me
revolta demais: doenças psiquiátricas e dependência química.
Por que algumas pessoas acham que o doente com depressão
escolheu estar assim? Desequilíbrios psiquiátricos são doenças, está mais que
comprovado! Devem ser tratados como doença e não como se o doente fosse algum
estranho no mundo.
Por que os pais não encaram como doença quando seu filho é
dependente químico ou tem depressão, por exemplo? Se ele tem febre, infecção ou
catapora, por exemplo (para não falar de coisas piores), os pais não têm dúvida
de que se trata de uma doença, mas se ela se manifesta no comportamento, e não
em um sintoma visível no corpo, preferem esconder isso. Quando não conseguem
mais esconder de si mesmos, escondem da sociedade. Isolam o filho em clínicas,
com medo do julgamento dos outros. Não cuidam dele abertamente, porque preferem
fingir que nada está acontecendo.
Os pais que agem assim estão matando aos poucos o seu filho,
que por infelicidade tem esse tipo de doença. Como ter vontade de viver se os
próprios pais e a família não acreditam nele e o esconde?
Está mais do que na hora de encarar esses problemas de
frente. Uma pessoa que tem anorexia, por exemplo, é tratada como fútil e
fresca! É uma doença grave, gente. Essa pessoa não está bem, não está feliz,
precisa muito de ajuda e não de ser escondida.
Não falar desses problemas abertamente é uma hipocrisia que
precisa acabar! Só piora a situação do doente, que passa a sentir-se um E.T. no
mundo.
Pessoas "normais" são melhores que os doentes? Não
são. Uma pessoa que tem bipolaridade, por exemplo, pode ter uma vida normal se
for medicada corretamente, assim como um paciente com câncer. Aliás, muitos
grandes gênios e notáveis figuras no mundo têm ou tiveram doenças psíquicas.
Vamos quebrar esse tabu! Chega de preconceito com os
problemas psíquicos.
Este texto é também para a minha família. Se os pais de meu
pai tivessem encarado de frente o problema do filho, ele não teria passado por
metade do inferno que teve que passar, e que tivemos de passar com ele. Sempre
foi tudo escondido e nunca falado, só porque era tido como tabu.
Sim, ele tinha
algo estranho em seu comportamento, mas tinha muito mais habilidade para
negócios do que muitas pessoas “normais” que trabalhavam com ele. Por que não
davam crédito a ele? Por ser doente? E dai ? Temos que separar as coisas: ele
pode ser doente e dependente químico, mas ser um ótimo profissional.
Não piorem a situação de seus filhos ou familiares,
escondendo-os e mentindo. Assumam que esses problemas existem e tenham coragem
de encará-los de frente, para o bem-estar de todos. Procurem grupos de apoio
como Nar-Anon.
O Brasil está atrasado nessas questões, existe muito pouco
espaço para o tratamento sério de doenças psíquicas aqui. Está na hora de
mudarmos isso e de ajudar os doentes a terem uma vida mais digna.
Meu pai sofreu esse preconceito. Eu e meus irmãos também.
Sofri isso na pele. Quando tive depressão, meu problema era visto como
frescura. Pelo amor de Deus, gente!
Hoje quero passar minha experiência para vocês, leitores
desse blog, e para o Brasil todo. Quero ajudar a abrir os olhos de muitos que
estão voltados para o próprio umbigo. Vou dar palestras, lançar meu livro,
continuar escrevendo outros livros e contribuir de todas as formas que eu
puder.
Quem for dependente químico, procure ajuda especializada. E
as famílias, percebam que são codependentes, e procurem ajuda também.
Beijos, Isa.
Olá, desenvolvo um trabalho com filhos de dependentes e enviei uma mensagem via facebook caso tenha interessa em colaborar de alguma forma com a divulgação do trabalho. http://www.nacoa.org http://www.nacoa.com.br
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